O plano de negócios é uma espécie de mapa com os pontos marcados, mostrando aonde as empresas querem ou podem chegar.
Nesses tempos onde só se fala de empreendedorismo e muitas pessoas querem abrir um negócio, é preciso entender que não se chega a lugar algum sem planejamento.
Segundo dados do SEBRAE, as causas dos fechamentos das empresas no Brasil se devem, principalmente, a quatro fatores:
-
A situação do empresário antes da abertura;
-
O planejamento dos negócios;
-
A capacitação em gestão empresarial;
-
A gestão do negócio.
Resumindo: as maiores causas dos fechamentos das empresas no Brasil derivam-se das seguintes situações:
- O empresário está desempregado antes de abrir a empresa, ou seja, abre por necessidade;
- Não há planejamento, principalmente para negociar prazos com fornecedores ou conseguir empréstimos bancários;
- Não há uma ação visando à capacitação para gerir a empresa;
- Não se verifica um acompanhamento e controle das despesas e receitas.
Bom, como se pode notar, a palavra mais importante diante dos dados fornecidos pelo SEBRAE é planejamento, pois é através dele que se consegue evitar a maioria dos erros elencados acima.
Sendo assim, precisamos falar sobre plano de negócio, que nada mais é do que o planejamento estratégico de uma empresa.
Neste post você vai aprender o que é um plano de negócio, para que serve e conhecerá um modelo de plano de negócio.
Acompanhe até o final e aprenda mais sobre essa importante ferramenta para a gestão empresarial.
O que é Plano de Negócios?
O Plano de Negócios é um instrumento estratégico, que permite ao empresário visualizar toda situação da empresa e aonde ela pode chegar. Caso seja alguém que pretenda abrir uma empresa, o Plano de Negócios possibilita, através da análise de seus dados, se vale a pena investir no negócio.
O Plano de Negócios, na forma de um documento, é estruturado para abranger todas as áreas de um negócio, desde o perfil do dono, passando pelo produto/serviço, estrutura física e financeira da empresa, clientes e fornecedores, marketing e etc.
Legal, né! Esse Plano de Negócios é tudo o que um empresário precisa para ter sucesso?
Não. Não existe receita infalível de sucesso. Porém, com o Plano de Negócios, que visa levantar várias questões sobre o seu negócio, torna-se mais fácil saber se vale a pena abrir, ampliar ou até mesmo manter um negócio.
Para que serve um Plano de Negócios?
Se você for um empresário, o Plano de Negócios serve para mostrar, de forma estruturada, para em qual direção a sua empresa está indo.
O Plano de Negócios serve também como forma de demonstrar que a sua empresa pode receber recursos de investimentos, bem como adquirir empréstimos em instituições bancárias.
Para um investidor, o Plano de Negócios mostra se o negócio é viável financeiramente para um investimento.
O Plano de Negócios dá a possibilidade da correção de possíveis erros, enquanto ainda estão no papel. Quanto mais bem elaborado o plano, mais forte a empresa se torna frente aos concorrentes, diante dos desafios do mercado.
Principais benefícios
Os principais benefícios de um Plano de Negócios são :
- Conhecer o perfil do seu cliente para delimitar qual é o seu produto ou serviço;
- Prever riscos e problemas;
- Calcular o lucro ou prejuízo em um período determinado;
- Conhecer o cenário interno e externo;
- Antecipar potenciais necessidades de caixa;
- Aproveitar possíveis oportunidades de mercado;
- Definir e descrever a experiência do empreendedor;
- Definir e determinar a melhor maneira de executar ações pontuais.
Como fazer um Plano de Negócios?
O Plano de Negócios é composto por (7) sete etapas, e é através da análise de cada uma delas que é possível avaliar os pontos fortes e fracos do seu negócio.
Etapas do Plano de Negócios
As etapas do Plano de Negócios são: Sumário Executivo, Análise de Mercado, Plano de Marketing, Plano Operacional, Plano Financeiro, Análise de Cenários e Análise de Estratégias.
1) Sumário Executivo
Definição: Considerada a parte mais importante do plano de negócio, deve mostrar o que será tratado no plano de negócio de forma clara. Ele não é uma introdução, mas sim um sumário descrevendo os pontos mais importantes. Nesta parte que se deve convencer o leitor a comprar a sua ideia.
Composição: Capital social, história, visão e missão da empresa, currículo do empresário ou dos sócios, forma jurídica, características do produto/serviço, regime tributário, mercado de atuação, oportunidades de negócio.
Função: É a apresentação da empresa, para possíveis parceiros, investidores e clientes, portanto nesse ponto, além dos dados e característica da empresa, é preciso ter os objetivos e quais os planos para alcançá-los.
2) Análise de Mercado
Definição: Essa parte deve ser entendida como o que a empresa sabe sobre seus clientes, fornecedores e concorrentes, demonstrando em dados e números junto ao mercado.
Composição: Identificação geral do cliente, definindo quem são, o comportamento, a faixa etária, quais são suas necessidades de compra e como o seu produto pode satisfazer ou sanar suas necessidades e entender sobre o mercado consumidor.
Nesta parte deve também ser descrita a análise dos concorrentes, identificando os principais, levantando suas forças e fraquezas em relação ao preço, atendimento, localização, produto, entre outros, comparando com o seu negócio.
Outra descrição importante são os fornecedores que atuam no seu segmento. É preciso manter um cadastro atualizado, contendo todos os dados como preço, prazo e condições de pagamento.
Função: Saber quem é o seu cliente torna mais fácil definir quem é o seu usuário final. Entender quem são os seus concorrentes e o que eles oferecem, faz com que a empresa tenha que manter um produto/serviço de qualidade, fortalecendo-a no mercado. Saber quais e quantos são seus fornecedores melhora as condições de negociação, abaixo custos e aumentando o lucro.
3) Plano de Marketing
Definição: É a política de preços da empresa. Aqui também ficam definidas as campanhas de marketing, suas estratégias promocionais e em quais canais anunciar e vender.
Composição: nesta parte deve ser descrito o diferencial do produto/serviço; locais de atuação, forma de propaganda e preço.
Função: Divulgar a empresa e seu produto/serviço
4) Plano Operacional
Definição: Essa parte mostra quanto a empresa pode produzir ou vender em determinado período, capacidade de pessoal necessário.
Composição: Descreve a estrutura da empresa, layout ou uma planta, a capacidade de produção e venda, quantidade de material humano.
Função: mostrar a dimensão do tamanho da empresa para o seu cliente, parceiros e concorrentes**.**
5) Plano Financeiro
Definição: é um relatório com os dados financeiros da empresa, onde os números são descritos informando todos os investimentos feitos na empresa, possíveis recebimentos e dívidas de curto e longo prazo.
Composição: nesta parte deve ter o imobilizado (equipamento, máquinas, móveis comprados ou alugado pela empresa), investimento com o capital da empresa, recursos humanos, fluxo de caixa, empréstimos tomados pela empresa. Faturamento.
Função: Mostrar transparência e capacidade de arcar com compromissos para possíveis investidores ou instituições bancárias.
6) Análise de Cenários
Definição: Nesta parte deve-se simular pelo menos dois cenários (otimista e pessimista) levando em consideração fatores macroeconômicos e microeconômicos, variando em cada cenário fatores como o preço, custos, vendas, condições de financiamentos, investimentos. Assim, para cada cenário resultará uma rentabilidade diferente.
Composição: o preço, custos, vendas, condições de financiamentos, investimentos e indicadores de rentabilidade.
Função: Prever possíveis riscos de crises ou um concorrente praticando preços menores, analisando os cenários diferentes e prever o comportamento da empresa diante de um determinado contexto.
7) Análise de Estratégias
Definição: é um relatório contendo as forças e fraquezas da empresa, avaliando o mercado e identificando ameaças e oportunidades.
Composição: Análise Swot da empresa e plano estratégico da empresa. Lembrando que, a análise SWOT é uma ferramenta de gestão aplicada como instrumento que faz uma detecção dos ambientes internos e externos das empresas, de forma a orientar qual o direcionamento correto, para um bom planejamento estratégico.
Saiba mais sobre Análise Swot: Como fazer análise SWOT? Conceito e exemplo na área financeira!
Função: O cruzamento das informações levantadas permitirá o melhor diagnóstico da situação da empresa, que será essencial para a construção de estratégias para que a organização siga em direção às metas estabelecidas.
Ao descrevermos a estrutura de todo um Plano de Negócios, agora deve-se fazer a avaliação das informações extraídas. Diante disso, tomar a decisão que iniciou a elaborar o plano, seja abrir um negócio, ampliar, manter ou investir.
Lembre-se: um plano de negócio bem elaborado dará a resposta para o seu questionamento.
Quadro de modelo de negócios – Modelo Canvas
O Canvas é uma estrutura que permite criar um plano de negócio, a partir da análise de nove fatores que toda empresa possui**.** São eles: proposta de valor; parcerias chaves; atividades chaves; recursos chaves; relacionamento com clientes; segmentos de clientes; canais de distribuição; estrutura de custos; fluxo de receitas.
Esses nove fatores relacionam-se de uma forma mais resumida com as sete fases descritas no plano de negócio, ou seja, respondendo os campos do modelo Canvas, é possível responder de forma básica todo o plano de negócio, ou pelo menos obter um direcionamento.
Diferencial do Canvas: ele possui menos texto e mais desenhos, tendo como visualizar em cada quadro as necessidades do Plano de Negócios. Ele responde a quatro perguntas: O quê? Para Quem? Como? Quanto?
O quê? O que estou oferecendo?
Proposta de Valor: produtos e serviços oferecidos pela empresa e algum produto ou serviço diferenciado que adicione valor aos clientes
Para Quem?
· Segmentos de Clientes: definir perfil de cliente
· Relacionamento com Clientes: tipo de relação com cada cliente
· Canais: comunicação com o cliente
Como?
· Parcerias Principais: parceiros e fornecedores
· Atividades-chave: principais produtos ou serviço prestado
· Recursos Principais: atividades ou matéria-prima que impulsionam o negócio
Quanto?
· Fontes de Receita: Produtos ou serviços que geram maior faturamento para a empresa.
· Estrutura de Custo: atividades que criam valor para a empresa e geram custos.
Exemplo de uma empresa fictícia de produtos para cabelo.
Análise do Canvas da empresa fictícia
De acordo com o modelo, percebe-se que é uma empresa bem sucedida, com produtos de fácil aceitação e diferenciados. Porém, parece que tem uma matéria-prima da Arábia, que é a Babosa, neste caso é preciso se certificar que o fornecedor tem sempre esse produto e que ele não depende somente disso para produzir seus produtos, devido a valores de importação ou até falta do produto.
Foi uma análise rápida, mas consegue mostrar bem como o modelo Canvas pode ser útil para um modelo de negócios.
Concluindo…
Chegamos até aqui e espero que você tenha entendido o que é um modelo de negócio e como estruturá-lo. Caso queira um resumo de tudo que compõe um plano de Negócio, baixo nosso infográfico.